A IA te entrega muito, mas não vai entregar tudo!
Por Daniel Castello - Head de Inovação e Projetos
A Inteligência Artificial é um trator: poderosa, veloz, eficiente. Mas quem escolhe o terreno, define o caminho e corrige a rota, ainda somos nós.
A maioria corre pra automatizar antes de entender o que precisa ser resolvido de verdade. E aí mora o perigo: delegar à IA uma decisão que o negócio ainda não entendeu.
No varejo, onde o jogo é rápido e a margem é curta, confiar demais na IA sem pensamento crítico é abrir mão do volante.
Ela sugere preços, prevê demanda, automatiza atendimento. Ótimo. Mas não entende o contexto de uma ruptura no estoque, a urgência de uma virada no trimestre, ou o impacto de uma experiência ruim no ponto de venda. A IA não sente o mercado. Você sente.
Ela acelera, organiza, prevê. Mas não sente o pulso da loja. Não lê o clima da equipe. Não entende que o mesmo produto vende bem em São Paulo, mas encalha em Belém. E principalmente: não assume risco. Quem decide, prioriza e responde, ainda é você.
Líder que terceiriza decisão vira executor de algoritmo. E profissional que não questiona vira só mais um operador de prompt. IA é alavanca, não muleta. A diferença entre protagonismo e passividade está em quem lidera a conversa: você ou o sistema?
No varejo, onde cada decisão impacta gente de verdade (clientes, equipes, fornecedores) não dá pra abrir mão de consciência. Quem lidera com clareza usa IA como acelerador, não como piloto automático.
Como Head de Inovação e Projetos na Verzel, eu vejo isso todos os dias. IA é uma ferramenta incrível, quando usada por líderes que sabem onde querem chegar. O problema não é a tecnologia. É a falta de visão.